Quando o amor ameaça virar sentença de morte
A campainha ecoou pela casa de fachada clara no Jardim do Mar. Norman enxugou rapidamente o rosto, ainda molhado de lágrimas, antes de ver a porta se abrir.
Noêmia Andrade Paixão entrou primeiro, com o jaleco branco ainda sobre os ombros, a bolsa caída de qualquer jeito na mão.
— Maninha! — exclamou, ajoelhando diante dela e abraçando-a com força. — Meu Deus, você voltou…
Logo atrás, Samuel Andrade Paixão entrou apressado, a gravata torta, o celular ainda preso ao ouvido.
— Desliguem tudo, eu não vou atender ninguém hoje. — largou o aparelho na mesa e puxou a irmã para um abraço apertado. — O que aconteceu, Norman?
A sala encheu-se de calor humano. Cláudia, a mãe, enxugava as lágrimas escondidas, enquanto Agnaldo, firme, mantinha a mão sobre o ombro da filha mais nova como quem dizia: estamos todos aqui.
Norman respirou fundo, a garganta queimando.
— Eu preciso contar tudo. — disse, com a voz embargada. — Um mês inteiro… como minha vida vir