MERLYA
O pânico de ouvir a voz de Alex na gravação – "baleado... Natália" – me consumiu. Não pude aceitar ficar no esconderijo enquanto ele estava ferido por minha causa.
Ignorei os protestos de Luiz. Enquanto ele corria para o hospital, eu me disfarcei com um cachecol grande, óculos escuros e um casaco velho, parecendo uma mulher comum e cansada. Eu precisava vê-lo. Precisava ter certeza de que ele estava vivo.
Cheguei ao Hospital Central e me misturei à multidão. A área de emergência estava em polvorosa. Encontrei Luiz no corredor.
— Ele está estável. O tiro pegou no ombro. Perdeu muito sangue — Luiz sussurrava, com o rosto pálido. — Mas ele está fora de perigo. O que você está fazendo aqui?!
— Eu precisava ver. Você o viu? Ele mencionou meu nome?
— Não. Ele está sedado. Mas a polícia está fazendo perguntas. Natália já chegou.
A menção do nome dela me congelou. Eu precisava sair. Agora.
Virei o corredor para a saída de emergência, meu coração batendo uma marcha frenética. E então,