MERLYA
O medo de ser caçada por Natália se misturava à certeza de que eu não podia mais lutar sozinha nas sombras. O confronto no hospital havia detonado a bomba. Natália sabia que eu estava viva, e sua próxima jogada seria letal.
Eu estava novamente no apartamento de segurança de Luiz, com o coração em frangalhos por Alex e pelo risco que ele corria.
— Eu cometi um erro, Luiz — eu disse, com a voz falhando. — Eu não podia ter ido ao hospital.
— O erro foi de Natália por não ter te matado antes — Luiz rebateu, a lealdade dele era meu único porto seguro. — Agora não é hora de culpa. É hora de agir. Você precisa de proteção, Lya. E eu não consigo te proteger sozinho.
— Eu sei. Por isso, precisamos de um exército. E eu sei exatamente quem recrutar.
— Nossos pais? É muito arriscado. O choque pode ser fatal para eles.
— Não. Miguel. Ele é o elo mais fraco e, paradoxalmente, o mais forte. Ele carrega a culpa pela minha suposta morte, e a culpa pela paralisia de Lua. Se eu aparecer para el