MERLYA
Acordei com uma dor lancinante na cabeça e um cheiro forte de mofo e poeira. O quarto era escuro, sem janelas, iluminado apenas por uma lâmpada fraca pendurada em um fio no teto. Eu estava deitada em um colchão fino e sujo, as mãos e os pés amarrados com tiras de plástico que cortavam a minha pele.
O pânico era uma onda fria, mas a disciplina que Alex havia me ensinado gritava: mantenha a calma. Eu tentei me mover. O sequestro era real; não era apenas um pesadouro. Eu não havia caído de um penhasco; estava nas mãos de Natália.
A porta de metal se abriu com um ranger, e César entrou. Ele não estava mais vestido como o profissional de saúde que um dia foi; usava roupas escuras e uma expressão de tédio cruel.
— Finalmente, a princesa acordou — ele disse, com uma voz arrastada. — Seu marido está devastado, Merlya. Sua irmã está histérica. O show de Natália está fazendo um sucesso estrondoso.
— O que você quer? Dinheiro? Eu dou a você... — comecei, minha voz rouca.
Ele riu, um som s