As sacolas ainda estavam em cima da cama intactas, não queria abrir, não queria vestir, não queria ir a esse evento. Parece que as sacolas me olhavam de volta com o mesmo ânimo, até que resolvi abri-las.
A primeira sacola era um vestido preto, não sei se é coincidência, mas a cor eu amei porque gosto, tirei um pouco das “cores” da minha vida nos últimos anos. Não entendo de tecido nem de moda, era um tecido liso deslizava nas mãos, parecia o que minha mãe chamava de seda, não era longo e tinha alças finas. Então resolvi vestir sabendo que não daria em mim, pelo menos eu achava até vestir, o vestido caiu em meu corpo como se eu estivesse vestindo água.
— O miserável acertou! Ficou perfeito o caimento — falei comigo mesma impressionada com tamanha precisão. — Nem eu compro roupas assim para mim.
Não gosto de vestido, não uso. É raro esse acontecimento, tenho que admitir ele era lindo. Seu comprimento ia até o meio de minhas pernas e tinha uma fenda no meio até altura das coxas, pouco