Eu nunca gostei do som da televisão ligada em volume alto, mas dessa vez, o silêncio do apartamento estava insuportável demais.
Sentei-me no sofá, o rosto entre as mãos, o celular vibrando sem parar sobre a mesa.
Mensagens, ligações, repórteres… todos queriam a mesma coisa: uma palavra sobre o escândalo que destruía o império Bezerra.
Meu pai ainda estava no hospital, sob observação.
A imprensa já dizia “crise nervosa”, outros falavam “colapso moral”.
E eu… eu só conseguia pensar em Aurora.
Naquela sala, diante de todos, quando ela entrou — o coração dela batendo rápido, o olhar firme, mesmo diante do caos — eu percebi o quanto ela era mais corajosa do que qualquer um de nós.
E eu não consegui me mover.
Fiquei ali, paralisado.
Vendo meu mundo ruir em silêncio.
E no noticiário:
“A Polícia Civil confirma que o empresário Marcelo Faria foi preso em flagrante, acusado de invasão de propriedade, coação e tentativa de agressão. Fontes próximas afirmam que o caso tem ligação dir