Lucas
Demorei a respirar fundo antes de sair do carro.
O Edifício Gran Tower era imponente — paredes espelhadas refletindo o céu nublado, um monstro de vidro e concreto. O tipo de lugar onde os segredos se escondem à vista de todos.
O número “408” ecoava na minha cabeça desde que Aurora falou.
Eu sabia que o grupo Bezerra tinha escritórios ali, mas não conseguia entender o porquê de uma sala isolada em um andar intermediário ser tão importante.
Entrei pela portaria com um crachá qualquer para enganar o segurança.
O segurança me olhou por um segundo a mais, mas não questionou.
Peguei o elevador.
O silêncio metálico e o reflexo frio no espelho me fizeram lembrar do que estava em jogo: Antônio, Aurora, o bebê — e toda uma história que podia desmoronar com um único arquivo.
A porta abriu no quarto andar. O corredor estava vazio, apenas o zumbido constante do ar-condicionado e uma placa: “Sala 408 — Reservado.”
Tranquei o ar nos pulmões e girei a maçaneta.
Destravada.
A sala es