Cada minuto parecia durar uma eternidade.
O som dos passos no corredor fazia meu coração disparar — qualquer um podia ser ele.
Mas quando ouvi a batida leve na porta, em um padrão combinado — duas curtas, uma longa —, soube que era Lucas. Abri só uma fresta.
Ele estava irreconhecível: boné, óculos escuros, uma jaqueta larga demais para o corpo. Um disfarce ridículo, mas perfeito.
— Entra rápido. — Puxei-o para dentro e tranquei a porta.
Ele tirou os óculos e olhou ao redor, avaliando o quarto.
Eita, isso aqui parece cena de filme de espião. — Tentou brincar, mas a tensão no ar cortava qualquer humor.
— Não tem graça, Lucas. — Suspirei. — Ele esteve aqui há pouco.
— O Marcelo?
Assenti.
Ele se aproximou e apoiou as mãos na bancada, o olhar preocupado.
— O que ele fez, Aurora?
— Mandou outro arquivo... um dossiê contra o Antônio. — Peguei o notebook da mesa, abri a pasta e virei a tela pra ele. — Eu vi com os meus próprios olhos.
Lucas se inclinou, observando as imagens e