Capítulo 40 – “Entre o desejo e a promessa, o amor aprende a arder.”
Maeve Jhosef
A noite tinha cheiro de álcool barato, batom borrado e promessas sussurradas ao pé do ouvido. Era sábado, e eu estava com Zola — como prometido a mim mesma depois de tantas semanas vivendo uma rotina silenciosa e segura ao lado de Isaac. Mas naquela noite, o silêncio dentro de mim era diferente. Gritava.
Sentei no banco do bar, sentindo o corpo quente demais e a mente flutuando entre a sobriedade e um torpor indulgente. Os olhos ardiam não pelo álcool, mas pela ausência dele. Tudo ao meu redor parecia mais lento, mais desinteressante. Eu queria ele. E só ele.
Os dedos tremiam quando disquei seu número. A voz dele, rouca e grave do outro lado da linha, foi o fio de realidade que me ancorou.
— Podemos ir pro nosso lugar secreto? — perguntei, quase num sussurro embriagado de coragem. — Por favor, Isaac. Eu quero muito… sentir você.
O silêncio dele foi breve, mas cheio de tensão. Eu conhecia aquele silêncio.