Mundo de ficçãoIniciar sessãoLuna Dal
A suíte no novo hotel em Dubai era uma gaiola de ouro, e eu era o pássaro que se recusava a cantar. A vista do Golfo Pérsico era deslumbrante, mas eu via apenas a vastidão do deserto que me separava de tudo o que era familiar. O Sheik Rashid Al-Jamil havia cumprido sua parte do contrato com uma extravagância que beirava o insulto. O laboratório era um santuário de alta tecnologia, mas a segurança ao redor era uma lembrança constante de que eu estava no território dele.
O convite para o jantar veio em um pergaminho de couro, entregue por um assistente que parecia ter engolido um cabide. Palácio Al-Jamil. 20h. Sem opção de recusa.
Eu escolhi um vestido de seda cor de esmeralda, longo e elegante, que cobria tudo, mas deixava a imaginação trabalhar. O perfume que usei era o "Fogo Frio", minha armadura olfativa.
O Palácio Al-Jamil era uma obra-prima de mármore e ouro, um labirinto de poder. Fui conduzida a um salão privado, onde ele me esperava. Ele vestia o thobe branco, e a maneira como a luz refletia em sua pele bronzeada e em seus olhos escuros era uma afronta à minha sanidade.
— Marhaba, Sheik Rashid Al-Jamil — eu disse, mantendo a voz firme e profissional.
— Luna — ele respondeu, e a maneira como ele disse meu nome, sem o título, era uma quebra de protocolo que me desestabilizou.
O jantar foi uma dança de palavras e olhares. Conversamos sobre negócios, sobre o conceito do perfume, sobre a arquitetura do hotel. Mas a tensão entre nós era um terceiro convidado, pairando sobre a mesa de ébano.
— Você está tensa, Luna — ele disse, depois que o mordomo serviu o café árabe.
— Estou apenas focada no trabalho, Sheik. Meu foco é o perfume, não o seu palácio.
— O trabalho é apenas a desculpa. Você está tensa porque sabe o que vai acontecer.
— Eu sei o que não vai acontecer. Eu impus as regras. Apenas negócios.
Ele sorriu, aquele sorriso lento e perigoso que me desarmava. Ele se levantou e veio até mim, parando a centímetros de distância. O cheiro de oud e especiarias me envolveu, e eu senti o calor do deserto em seu corpo.
— Você impôs as regras para o seu coração, Luna. Mas não para o seu corpo. E seu corpo está gritando por mim.
Ele estendeu a mão e tocou a pele nua do meu ombro, onde a alça do vestido caía. O toque foi um choque elétrico, e eu prendi a respiração.
— Você se fechou para o amor, Luna. Eu sei. E isso aterroriza você.
A revelação me atingiu como um raio. Ele não sabia sobre minha virgindade, mas sabia sobre o meu medo.
— E você, Sheik? Você acha que se me dominar, vai curar a ferida da traição da sua noiva?
O sorriso dele desapareceu, substituído por uma intensidade que me fez tremer.
— Eu não estou aqui para curar feridas, Luna. Estou aqui para criar novas. E eu vou ser o único a te dar o que você nunca teve.
Ele me puxou para si, e o beijo que se seguiu foi uma explosão. Não era um beijo de carinho, mas de posse, de domínio. A boca dele era quente e exigente, e eu me perdi na força de seus braços. Ele me beijava com a fúria de um homem que esperou tempo demais, e eu respondi com a mesma intensidade.
Eu o empurrei, usando toda a minha força.
— Não! — minha voz saiu rouca. — Eu não sou um prêmio, Sheik. Eu sou um contrato.
Ele me olhou, os olhos escuros como a noite.
— Você é um desafio, Luna. E eu nunca perdi um.
Ele me beijou novamente, desta vez com mais ternura, mas com a mesma possessividade. Ele me levou para um quarto adjacente, onde a cama era um mar de seda.
— Você é minha, Luna. Apenas minha. E eu vou te ensinar o que é ser dominada.
Ele me jogou na cama, e eu senti o tecido frio da seda contra minha pele. Ele se inclinou sobre mim, e eu soube que a tempestade havia chegado. Eu não estava mais no controle. E, pela primeira vez, isso não me assustava.







