Capítulo 2 - O Desejo do Deserto

Sheik Rashid

O cheiro dela ainda estava impregnado no meu terno. Uma mistura inebriante de lavanda, pimenta rosa e algo mais profundo, algo que me lembrava a promessa de uma tempestade no deserto. Luna Amoretti Dal era a contradição mais fascinante que eu já havia encontrado.

Eu estava de volta ao meu jato particular, a caminho de Dubai, e a imagem dela, desafiadora e linda, com os olhos de fogo, não saía da minha mente. Ela pensava que havia me vencido com suas regras. *Apenas negócios. Sem envolvimento físico ou emocional.*

— Sheik, o contrato com a Sra. Dal será finalizado amanhã. Ela impôs cláusulas de total independência criativa e um laboratório exclusivo em Paris, além do de Dubai — meu assistente, Omar, lia os termos com uma nota de incredulidade na voz.

— Aceite tudo, Omar. Cada cláusula.

— Mas, Sheik, isso é... sem precedentes.

— Luna é sem precedentes.

Eu toquei meus lábios, ainda sentindo o calor do beijo que roubei dela. Foi um ato de domínio, um lembrete de que, apesar de toda a sua frieza e polidez, ela não era imune a mim. Ela se afastou, é claro, mas a faísca que acendi em seus olhos me disse tudo o que eu precisava saber.

— Ela disse que não quer envolvimento físico, Sheik.

— Ela está mentindo para si mesma, Omar. Ela está se escondendo atrás de um muro de gelo. E eu sou o fogo que vai derretê-lo.

Eu não a queria apenas para criar um perfume. Eu a queria para quebrar. Quebrar suas barreiras, quebrar sua negação, quebrar a dor que eu via em seus olhos sempre que a intimidade se aproximava. Eu sabia que ela tinha um trauma, uma história que a impedia de se entregar. E eu, Rashid Al-Jamil, o homem que havia sido traído pela mulher que amava, o homem que havia fechado seu coração para sempre, sentia uma necessidade irracional de ser o único a possuí-la.

O trauma da traição da minha ex-noiva, Fátima, ainda era uma cicatriz. Ela havia me humilhado, trocando-me por um rival em um escândalo que quase custou a reputação da minha família. Desde então, eu havia me tornado o dominador, o controlador. Eu não confiava em ninguém, especialmente em mulheres bonitas e independentes.

Mas Luna... Luna era diferente. Ela me desafiava, me tratava como um homem, não como um título. E eu precisava dela no meu território.

— Omar, prepare a suíte presidencial no novo hotel. E certifique-se de que o laboratório de Luna em Dubai seja o mais isolado e luxuoso possível. Quero que ela se sinta em casa, mas também que saiba que está sob meu domínio.

Eu sorri, um sorriso frio e predador.

— Ela me deu a chave para a jaula, Omar. Ela me disse que não quer sentimentos. Mas ela não sabe que eu sou um homem que não se contenta com a metade. Eu vou dominar seu corpo, até que sua mente e seu coração se rendam. Eu vou fazê-la desejar o que ela mais teme: o amor.

Eu não estava interessado em um caso. Eu estava interessado em uma conquista. E a conquista de Luna Amoretti Dal seria a mais hot, detalhada e demorada da minha vida. Eu a faria minha, em todos os sentidos da palavra. E quando ela finalmente se entregasse, ela entenderia que a única regra que importava era a minha.

***

Daniel Dal

O bisturi em minhas mãos era uma extensão da minha vontade. Preciso, frio, controlado. Exatamente como eu.

O Hospital Dal em Seul era meu domínio. Cirurgia cardíaca pediátrica. Não havia espaço para emoções, apenas para a lógica e a técnica. Minha vida era uma rotina fria e calculada: cirurgia, pesquisa, academia, sono. Não havia espaço para o caos, para o inesperado.

— Doutor Dal, a próxima cirurgia está pronta. E a nova estagiária do Brasil chega na próxima semana.

— Apenas me diga o nome dela, Enfermeira Park. E certifique-se de que ela saiba que não tolero atrasos ou sentimentalismo na minha ala.

— Sim, Doutor. O nome dela é Dra. Maya Ribeiro. Ela vem da Bahia para o doutorado.

Bahia. O nome soou como um tambor em minha mente, um ritmo quente e desordenado que eu havia banido da minha vida. Eu era metade coreano, metade brasileiro, mas a metade coreana dominava. Eu era o gelo.

— Que ela venha preparada, Enfermeira Park. Este não é um lugar para férias.

Eu olhei para o relógio. O tempo era o meu único mestre. Eu não tinha tempo para o amor, para o caos, para a Bahia. Minha vida era perfeita em sua frieza. E eu faria de tudo para mantê-la assim.

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