Lorenzo Dal
Eu estava cochilando em uma poltrona desconfortável no corredor da UTI quando meu telefone começou a vibrar com a fúria de um enxame de abelhas. O grupo de mensagens da família.
Meu coração afundou. Clara havia acendido o pavio.
As mensagens eram um borrão de pânico e dor. A incredulidade de Laura, a exigência de Lucas por respostas, as perguntas médicas precisas de meu tio, e os emojis de coração partido de minha tia.
E então, a mensagem de Daniel: *“Lorenzo está em Nice. Ele nos dará um relatório.”*
Não era uma acusação, ainda. Era uma ordem. Respirei fundo e comecei a digitar um resumo calmo e clínico da condição de ambas, focando nos fatos, como Clara havia me ensinado. Mas a cada palavra, eu sentia o peso da minha omissão.
A primeira onda da família chegou mais rápido do que eu esperava. Daniel e Bia. Eles devem ter pegado o primeiro voo disponível, um do Rio, outro de Seul, e se encontrado em algum lugar da Europa. Eles entraram no hospital não como parentes em luto,