Siena Dal
Andar pelo lobby do hotel ao lado de Li Wei foi como entrar em uma dimensão paralela. O som dos cliques das câmeras era uma chuva de granizo ensurdecedora, os flashes, relâmpagos incessantes. Homens e mulheres gritavam nossos nomes, suas vozes se misturando –Sorria,– ele sussurrou em meu ouvido, seu hálito quente fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem.
– Finja que estamos no nosso próprio mundo.– em um ruído branco de pura histeria. Meu instinto era encolher, me esconder. Mas a mão de Li Wei na minha era uma âncora firme, e sua presença, em vez de me intimidar, emprestava-me uma estranha calma.
Respirei fundo, o cheiro de seu perfume sutil e caro preenchendo meus sentidos, e levantei a cabeça. Forcei um sorriso, inclinando meu corpo em direção ao dele, como havíamos combinado. Ele era um ator nato. A maneira como ele me olhava, com uma ternura protetora nos olhos, era tão convincente que por um segundo, até eu quase acreditei. Para o mundo, éramos a imagem perfeita do