Liu Wei
No momento em que minha mão tocou a de Siena, o mundo exterior pareceu desaparecer, e tudo o que existia era a corrente elétrica que passou entre nós. Era o começo da farsa, o primeiro passo no palco que Clara havia montado. Mas meu coração, traiçoeiro, não recebeu o memorando. Para ele, aquele toque era a coisa mais real que eu havia sentido em anos.
Enquanto descíamos pelo corredor do hotel, com Lorenzo nos seguindo como uma sombra desconfiada, minha mente era um turbilhão. A raiva era a emoção mais fácil de identificar. Uma fúria gelada e precisa. Esses criminosos, esse "Sindicato do Dragão", não haviam apenas roubado dinheiro. Eles haviam roubado meu rosto, minha identidade, e a transformaram em uma arma para ferir pessoas. Cada mulher enganada, cada coração partido, era uma mancha em meu nome, uma perversão de tudo que eu havia trabalhado para construir. A necessidade de justiça era uma chama branca e quente em meu peito. A ideia de acionar a Interpol, de desmantelar essa