Alejandro Albeniz
UM MÊS DEPOIS
Nada me tirava da cabeça aquela maldita gravação — ou melhor, a falta dela.
Nesses dias que se passaram, tentamos pôr em prática o que havíamos combinado. O resultado não saiu da maneira que gostaríamos, a ideia de ir atrás do sistema de segurança dos vizinhos foi boa, mas um pouco tardia. Aqueles que tinham câmeras de segurança em suas fachadas, foram solícitos em ceder as imagens, o problema é que a grande maioria tinha um armazenamento amador com apenas 48h e tinha passado bem mais do que isso, fazendo com que as imagens fossem perdidas.
Raiva.
Frustração.
Eram esses os sentimentos que me corroíam por dentro.
No entanto, nem tudo estava perdido.
Uma câmera mais ao final da rua, posicionada sobre um antigo prédio comercial, capturou algo: um carro desconhecido estacionado em frente à casa dela, parando por alguns segundos no portão antes de arrancar em disparada.
O problema era que a imagem estava distorcida, granulada... quase inútil a olho