Alejandro Albeniz
No escritório, quando o tal Pavel a abraçou, imediatamente senti um nó no estômago. Depois, quando desci atrás dela, vi que ele não desgrudava. Fiquei até pensando que ela subiria na moto dele e o deixaria levá-la em casa.
Resolvi ficar esperando do outro lado da rua, dentro do carro com vidros escuros, eu não precisava disfarçar as expressões involuntárias ao ver tanta afinidade em duas pessoas que acabaram de se conhecer.
Havia algo na forma como Ximena ria, como jogava o cabelo para o lado, como passava os dedos distraidamente pelo próprio braço. Ela havia tirado o blazer que vestia e ele estava atravessado em sua bolsa tiracolo. Sem perceber que qualquer movimento seu era uma provocação silenciosa, tudo nela exalava uma beleza natural, sem esforço, do tipo que não precisava de exageros para ser notada.
E eu notei! Ah, Deus, como eu notei!
Desde a primeira vez que a vi correndo, vestida de noiva no meio da rua. Então, naquele momento, no meu estômago veio um nó