O telefone vibrou antes mesmo que a consciência de Ariana voltasse por completo.
Uma notificação iluminou a tela.
Eduardo
“Soube que voltou.
Posso te ver?”
A respiração dela travou.
Por um segundo, Ariana achou que ainda estava sonhando — talvez alguma mistura estranha de nostalgia, álcool e quase-beijo.
Mas não.
Era real.
O passado — o amor de adolescência, a ferida aberta, a história mal resolvida — batendo na porta do presente com uma frase curta e devastadora.
Posso te ver?
Ariana sentou na cama de súbito, o coração acelerado, sentindo o quarto girar levemente. Só então percebeu outra coisa:
Samuel não estava mais ali.
A cama do outro lado estava arrumada.
O travesseiro dele impecável.
Como se ele nunca tivesse dormido ali.
Ariana não sabia se sentia decepcionada ou aliviada.
Talvez… os dois.
Uma parte dela desejava que ele estivesse ali, dormindo pesado, bagunçando os cabelos, respirando perto dela como algumas horas antes, quando quase…
Ela fechou os olhos, sentindo o arrepio do