O suave, mas inconfundível, solavanco do trem de pouso foi o primeiro sinal. Seguido pela mudança sútil na pressão do ar e pelo tilintar dos cintos de segurança sendo afivelados à distância, foi o suficiente para arrancar Carolina daquele sono profundo e inesperadamente reparador. Ela piscou, desorientada, as pálpebras pesadas. A penumbra da cabine, o zumbido constante dos motores agora em modo de descida... levou-lhe um precioso segundo para se localizar. Então, a realidade colidiu com ela como um choque térmico. O avião, A viagem, A conversa... a exaustão... o ombro de Christopher.
Ela endireitou-se tão abruptamente no assento de couro macio que uma leve tontura a fez agarrar os apoios de braço. Seu rosto incendiou-se num rubor tão profundo e quente que ela sentiu as orelhas a arder. O paletó de lã fina e escura dele, que a cobria como um cobertor de proteção, escorregou de seus ombros e caiu no vão entre os assentos.
— Senhor Moretti! — a voz saiu um sopro constrangido, cheio de h