20. No limiar do abismo
A voz de Tulio, fria e desprovida de emoção, atravessou a porta do refúgio miserável como um prenúncio do fim. "Leonardo? Sabemos que está aí. Abra a porta. O Don Costello quer uma palavra com você. E com a sua… amiga."
Leonardo olhou para Sabrina, viu o terror puro em seus olhos arregalados, e soube que não havia escapatória. Lutar contra Tulio e os homens que ele, sem dúvida, trouxera consigo seria um massacre inútil. Esgotara suas opções de fuga, pelo menos por ora. "Fique atrás de mim," ele murmurou para Sabrina, a voz baixa e tensa. "Não diga uma palavra, a menos que eu lhe peça. Apenas observe. E, aconteça o que acontecer, não demonstre medo." Uma ordem impossível, ele sabia, mas precisava que ela se mantivesse o mais controlada possível.
Respirando fundo, ele abriu a porta. Tulio estava lá, como esperado, ladeado por dois brutamontes da famiglia, os rostos impassíveis, os olhos como lascas de gelo. O olhar de Tulio passou por Leonardo e pousou em Sabrina, que se encolhera insti