Helena nunca fumou. Mas, naquela manhã, enquanto caminhava de um lado para o outro em frente ao prédio do hospital, ela parecia uma pessoa que precisava desesperadamente de um vício para aliviar o ódio que queimava por dentro.
Tudo que ela tinha planejado até agora não estava funcionando.
Júlia continuava viva.
Continuava forte.
Continuava escolhendo Daniel.
E Caio… Caio estava começando a perceber que ela estava indo longe demais.
Isso era inaceitável.
— Você está obcecada — disse Caio, cruzando os braços enquanto a observava andar.
Helena virou-se lentamente, semicerrando os olhos.
— Obcecada? Eu? — soltou uma risada seca. — Você está perdendo a mulher que amava para o seu tio e acha que eu estou obcecada?
— Ele não está roubando nada — Caio rebateu, tentando parecer firme. — Júlia… ela não me reconhece mais. Ela está confusa, Helena.
— Está sendo manipulada — Helena devolveu no mesmo segundo. — Daniel enfiou ideias na cabeça dela. Ela está vulnerável. Ele aproveitou isso e—
— Helen