O mundo para.
O som ao redor vira um ruído distante, abafado. Minha respiração falha por um segundo. Olho pra Jade, que congela com o garfo no ar, os olhos arregalados.
Rigel continua me encarando com uma inocência que corta a alma.
— Porque... eu gosto muito dele. E ele cuida de mim.
Ninguém fala nada por alguns segundos.
Ayla leva a mão à boca, com os olhos marejados. Marco para de rir e fica sério. Dona Helena fecha os olhos por um instante, emocionada.
E eu?
Eu me ajoelho devagar ao lado dele, com a garganta apertada e o peito queimando.
Mas antes que eu consiga dizer qualquer coisa, Marco, com a voz um pouco mais alta do que deveria, corta o clima:
— Que nada, moleque... você não precisa de pai nenhum. Já tem um monte de gente aqui que te ama mais do que tudo. Isso basta.
O sorriso do Rigel começa a sumir.
Ele abaixa o olhar, meio sem entender, a alegria esvaindo devagar do rostinho. A garganta aperta mais ainda, e Jade olha feio pro Marco, mas nem precisa falar nada. Quem f