A luz fraca da cela entra pela grade, projetando sombras duras nas paredes descascadas. O papel em minhas mãos já está amassado de tanto que o aperto. Leio de novo, pela décima vez:
"Eu sei quem matou seu pai."
As palavras queimam mais do que qualquer sentença. Mais do que qualquer silêncio vindo da Jade. Mais do que a maldita mentira do advogado dizendo que ela não quer saber de mim... Porque eu conheço ela. Aquilo não era dela.
Levanto os olhos com o coração acelerado. Um nó na garganta. Uma parte de mim quer rasgar esse bilhete. Outra... quer respostas.
— Arcanjo! — a voz do carcereiro ecoa no corredor. — Visita com seu advogado. Agora.
Guardo o bilhete depressa.
— A porra do papel que você me entregou escondido. Dizendo que sabe quem matou meu pai.
Henrique suspira, fecha a pasta devagar.
— Achei que você fosse perguntar sobre a Jade…
— Responde. — Minha voz sai mais dura do que eu pretendia.
Ele se ajeita na cadeira, e então fala:
— Alguém deixou uma carta na minha caixa de corr