A porta metálica range antes de abrir. Me levanto antes mesmo que o guarda diga qualquer coisa. Sei que é dia de visita com o advogado, mas no fundo, o que espero é outra coisa. Um recado. Um sinal. Um vestígio de que ela ainda pensa em mim.
Quando ele entra na sala, nem espero que sente ou tire os papéis da pasta.
— Ela está bem? — disparo, sem nem disfarçar a urgência na voz. — A Jade... ela disse algo? Mandou algum recado?
O advogado me encara por um segundo, ajeita a cadeira, senta com cuidado.
— Ela tá estável, Samuel. Teve um pico de pressão no tribunal, foi isso que causou o desmaio. Mas já está sendo acompanhada, monitorada… está fora de perigo.
Fecho os olhos por um instante, alívio e culpa se misturando no peito como ácido e água. Eu sabia... sabia que ia fazer mal a ela. Não daquele jeito. Nunca quis.
— Ela... falou mais alguma coisa? — pergunto, mais baixo, quase sussurrando. — Ela perguntou por mim? Disse alguma coisa pra mim?
O advogado baixa os olhos para as mãos, hes