A manhã amanhece preguiçosa, com o cheiro de café fresco se espalhando pela casa.
Desço as escadas ao lado de Samuel, ainda sonolenta, o robe amarrado na cintura e o cabelo preso em um coque improvisado. Ele segura minha mão enquanto boceja, o corpo ainda quente do sono interrompido.
Mas, ao pisar no último degrau, a cena que encontramos na sala me faz parar no meio do caminho.
Murilo e Ayla estão dormindo no sofá — e não é qualquer tipo de sono.
Estão entrelaçados, os corpos grudados, ela meio deitada sobre ele, e a mão dele repousando naturalmente na cintura dela.
Fico parada, piscando algumas vezes para ter certeza de que estou vendo direito.
Samuel, ao meu lado, prende o riso, mas o ombro dele treme.
Antes que eu diga qualquer coisa, Dona Helena surge pela porta da cozinha, caminhando nas pontas dos pés e segurando uma caneca fumegante de café. Atrás dela, vem Rigel, com os cabelos arrepiados e o pijama de dinossauro, os olhos brilhando de curiosidade.
— Shhh... — Dona Helena su