— Ayla... — respiro fundo, engolindo o nó na garganta. — Você pode dar licença? Eu preciso conversar com o Marco. Sozinhos.
Ela hesita por um segundo, olhando de mim pra ele. Dá pra ver que ela está pronta pra ficar se eu pedir. Mas eu balanço a cabeça, pedindo com o olhar. Ayla suspira e sai, fechando a porta atrás de si com cuidado.
Silêncio.
Marco está parado no meio da sala, com os ombros tensos, o maxilar travado, mas evita meu olhar. Eu também demoro uns segundos antes de falar. Não quero explodir. Não quero brigar. Só quero que ele entenda.
— Eu não sou sua. — Minha voz sai calma, mas firme. — Nunca fui.
Ele fecha os olhos por um momento, mas não diz nada. Eu continuo.
— Eu sei que você esteve comigo em momentos difíceis. Eu sei que cuidou do Rigel quando eu não consegui nem levantar da cama. Eu sou grata por isso, Marco. Muito grata.
Dou um passo mais perto, a voz mais baixa, mas ainda estável.
— Mas nada disso te dá o direito de controlar minha vida. De achar que pode ditar c