Ouço a descarga, depois a torneira. A porta range quando se abre. Jade aparece, ajeitando o vestido leve, os cabelos ainda úmidos caindo sobre os ombros.
— Pronto, senhor segurança pessoal. Feliz?
Mas antes que ela possa dar um passo pra fora, eu me mexo. Não penso. Só ajo.
Empurro a porta de volta com firmeza, fazendo ela recuar automaticamente. Entro junto, tranco por dentro e encosto as costas na porta. Agora estamos só nós dois. O banheiro é pequeno, limpo, com um espelho torto e azulejos meio gastos. O coração dela acelera, dá pra ver no jeito como o peito dela sobe e desce.
— O que você está fazendo? — ela pergunta, os olhos arregalados.
— Terminando o que a gente começou na praia.
Ela engole seco. A mão ainda está perto da maçaneta, mas ela não tenta girar.
— Samuel… alguém pode aparecer.
Dou um passo à frente, e minha voz sai mais baixa, rouca.
— Ninguém vai vir até aqui, Jade.
Ela não responde. Não se afasta.
Aproximo devagar, deixando espaço pra ela me parar, se quiser. Mas