Capítulo 4
Ignácio entrou de terno impecável e, ao ver Clarinda, seus olhos brilharam.

Deu alguns passos em direção a ela, mas ao me ver sentada, hesitou e foi direto para o lado de Clarinda.

— Trouxe isso pra você.

— Sério? Deixa eu ver!

Clarinda abriu a caixa de presente e encontrou um lindo colar de diamantes.

— Sabia que você ia gostar. Comprei especialmente pra você num leilão.

O olhar de Ignácio era todo para Clarinda, cheio de carinho.

E ele esqueceu que hoje era nosso aniversário de namoro de três anos.

Na verdade, nem terminamos oficialmente.

Clarinda sorriu radiante.

— Está lindo! Coloca em mim!

Ignácio colocou o colar, os dois bem próximos, parecendo perfeitos juntos.

— Eu adorei, você já me deu tantos diamantes, mas esse é o mais bonito!

Senti um aperto no peito. Olhei para Ignácio, que me lançou um olhar de alerta. Mesmo assim, perguntei:

— Ignácio, você sempre presenteia a Clarinda?

Clarinda assentiu.

— Todo mês, vários diamantes, nem consigo contar.

Que ironia.

Os diamantes da Clarinda, ele escolhia a dedo.

Os meus, eram apenas por obrigação.

Uma mulher que servia só de passatempo, ele nem precisava saber do que eu gostava.

O diamante rosa brilhava tanto que doía nos olhos.

Não sei de onde veio a coragem, mas perguntei com ironia:

— Ignácio te trata tão bem, será que a namorada dele não se incomoda?

O sorriso de Ignácio sumiu, ele me lançou um olhar ameaçador.

Clarinda não ouviu, pois chamou:

— Irmão!

E voltou-se para mim:

— Meu irmão chegou, já volto!

Assim que ela saiu, Ignácio me puxou para o jardim vazio.

Ele franziu a testa, com os olhos cheios de repreensão.

— Paloma, o que você quer?

Esfreguei os olhos marejados.

— Eu que deveria perguntar: Ignácio, hoje é nosso aniversário de namoro de três anos.

— Você ainda vai revelar nosso relacionamento?

Ignácio se surpreendeu com a pergunta e coçou o nariz, sem jeito.

— Ando muito ocupado, depois a gente resolve isso.

Sob a luz do luar, percebi que ele não conseguia parar de olhar para dentro do salão.

Nem por um instante conseguia esquecer Clarinda.

— Paloma, você sempre foi madura, por que mudou tanto?

O peito doeu forte.

Só porque sou madura, ele acha que pode me pisar assim?

— Ignácio, você não termina comigo só pra não ser o vilão, não é?

O rosto dele ficou vermelho, como se eu tivesse acertado.

— Não é isso. Quando eu quis terminar? Paloma, não seja irracional, assim você perde o encanto.

Sorri.

— Clarinda é encantadora, perfeita. Ignácio, vamos terminar, fique com ela.

— Paloma!

Ele me repreendeu, baixo.

— O que Clarinda tem a ver com isso? Não envolva quem não tem culpa.

Clarinda é inocente, e eu sou a errada?

Fechei o punho, arranquei o colar do pescoço.

— Eu nunca gostei de diamantes. Fique com sua esmola barata e suma da minha frente!

Foi a primeira vez na vida que falei palavrão, já não aguentava mais.

O rosto de Ignácio escureceu.

— Paloma, não exagere!

Eu ia responder, mas uma voz fria e grave veio de trás.

— Se não gosta, jogue fora. Aqui não se guarda lixo.
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