Clara saiu do prédio como se não tivesse acabado de incendiar a mente do homem mais poderoso do setor imobiliário americano.
A postura impecável.
A pasta presa ao braço.
E o salto tocando o chão com o mesmo ritmo de uma sentença:
“Missão cumprida. Ego abalado. Torre conquistada.”
Ela caminhava rumo à avenida quando ouviu a voz atrás:
— Espera.
Você é Clara Antonelli?
Clara parou. Virou-se.
Um homem alto, loiro, com o tipo de beleza que parecia saída de capa de editorial europeu, vinha em sua direção com as mãos nos bolsos e um sorriso de canto.
Miguel Lacerda.
Amigo de infância de Leon.
Dono de parte das ações da Vellamo & Co.
E alguém que tinha muito interesse em saber quem era a mulher que fez Leon perder o controle com um zíper nas costas.
— Depende — respondeu Clara. — Estou devendo algo?
— Ainda não. Mas… posso apostar que você tá cobrando algumas certezas lá dentro.
Clara sorriu, discreta.
— E você é?
— Miguel. Miguel Lacerda.
Velho amigo do Leon. A gente dividiu areia, escola e