O lounge onde o quarteto estava parecia saído de um catálogo proibido de desejos e conspirações: almofadas gigantes, luzes âmbar, incenso discreto, e uma playlist que misturava jazz e batidas árabes. Nada ali era casual. Nem o cenário. Nem os olhares.
Clara estava reclinada em uma das almofadas, com uma taça de vinho branco na mão, pernas cruzadas, olhar felino.
Léo estava diante dela, copo de uísque, camisa meio aberta — e ego machucado pela cena que testemunhara mais cedo.
— Então… Gianluca — ele começou, com um tom tão casual quanto uma faca deslizando sobre uma maçã. — Gostou do italiano?
Clara deu um sorriso doce e venenoso.
— Ah, ele é culto, charmoso, cheiroso… e sabe apreciar arquitetura. Fiquei encantada.
— Encantada? — Léo arqueou uma sobrancelha. — Isso acontece fácil com você?
Ela bebeu mais um gole devagar, provocando com os olhos:
— Só com homens que não tentam me esconder no porão emocional deles.
Talita tossiu ao lado, disfarçando o riso. Miguel fingia estar 100% inter