Névoa

A raiva borbulhava em Leon enquanto ele via outros homens se aproximarem de Jéssica na pista de dança. Um deles, com um sorriso atrevido, estendeu a mão em direção a ela. Leon agiu por puro instinto possessivo. Em um movimento rápido e imperceptível na multidão, ele se colocou bem atrás de Jéssica, tão perto que sentiu o calor do corpo dela.

Jéssica, envolta na névoa do álcool e da euforia da noite, não o reconheceu. Em vez disso, sentindo uma presença masculina forte e convidativa atrás dela, ela se inclinou para trás, os quadris se encaixando nos dele. Seus braços, leves e soltos, subiram para o pescoço de Leon, e ela começou a dançar de forma ainda mais provocante. O ritmo sensual da música parecia ter se apossado dela, seus movimentos ondulantes e insinuantes, um convite silencioso para o prazer.

Leon podia sentir a maciez de seu cabelo em seu rosto, o cheiro inebriante de seu perfume misturado ao suor da dança. Seus pensamentos eram um turbilhão: "Ela não me reconhece. Ela está bêbada. Ela é minha." Uma satisfação sombria e perigosa cresceu dentro dele ao sentir o corpo dela se esfregando no seu, a forma como ela se entregava a ele, mesmo sem saber quem ele era.

Jéssica, em sua busca desesperada por esquecer o "erro" de Leo, sentiu a firmeza do corpo que a amparava. As mãos que agora deslizavam por sua cintura pareciam estranhamente familiares, com um calor que a fez arrepiar. Uma onda de déjà vu a atingiu, mas ela a ignorou, atribuindo à bebida ou à intensidade do momento. "É isso", pensou ela, com uma determinação embriagada. "Um novo começo. Outro corpo para esquecer o dele."

Ela se virou levemente, o rosto próximo ao dele, os olhos mareados de desejo e a boca entreaberta. _ Você vem comigo?, sua voz era um sussurro rouco, um convite inegável que reverberou através do barulho da balada. Sem esperar por uma resposta, ela o puxou pela mão, abrindo caminho entre a multidão. Leon a seguiu, a eletricidade entre eles quase palpável. Ao chegarem à calçada, ele acenou para seu motorista, que prontamente abriu a porta do carro. Nenhum dos dois estava em condições de dirigir, e a decisão de Leon de levar Jéssica para seu apartamento foi quase automática, um reflexo de seu desejo inabalável.

No banco de trás do carro espaçoso, o mundo exterior desapareceu. Assim que a porta se fechou, os lábios de Leon encontraram os de Jéssica em um beijo urgente, faminto. Era uma mistura de raiva, ciúme, desejo reprimido e a inebriante sensação de tê-la de volta em seus braços. Jéssica correspondeu com a mesma intensidade, suas mãos explorando os cabelos de Leon, seus dedos se embrenhando nos fios macios enquanto o beijo se aprofundava.

A névoa de álcool e desejo apagava qualquer resquício de racionalidade. Suas bocas se exploravam com ferocidade, línguas se enroscando, gemidos abafados preenchendo o pequeno espaço do carro. As mãos de Leon deslizavam pelas costas de Jéssica, explorando as curvas de seu corpo, sentindo a maciez da pele por baixo da roupa leve. Ela ofegava contra seus lábios, as mãos descendo pelo peito dele, sentindo o calor e a força de seus músculos.

A familiaridade de seus toques era avassaladora, uma dança de corpos que já se conheciam íntima e profundamente, mesmo que a mente de Jéssica se recusasse a reconhecer a verdade. O carro serpenteava pelas ruas noturnas, mas para eles, o mundo se resumia ao espaço apertado do banco de trás, onde a paixão proibida reacendia, mais intensa e inegável do que nunca.

O carro parou com um solavanco suave, mas a intensidade dos beijos mal permitiu que Jéssica e Leon notassem. Quando o motorista pigarreou discretamente, eles se separaram, a respiração ofegante, os lábios inchados. Saíram do carro cambaleando, o mundo ainda girando em torno da urgência que os consumia. O elevador, com suas luzes frias, parecia se mover devagar demais para a impaciência de seus corpos. Leon pressionava Jéssica contra a parede espelhada, os beijos retomando com fúria controlada, suas mãos explorando cada curva, cada centímetro de pele que o tecido permitia. Jéssica gemia, seus dedos emaranhados nos cabelos dele, puxando-o para mais perto, como se quisesse absorvê-lo.

Quando a porta do elevador se abriu, eles praticamente tropeçaram para dentro do apartamento de Leon, um espaço amplo e luxuoso, mas que no momento era apenas um palco para o desejo. Mal chegaram à sala, caíram um sobre o outro no sofá macio. Roupas voaram, desabotoadas com dedos trêmulos e apressados. As bocas se encontraram novamente, mais famintas do que antes, explorando cada curva do corpo um do outro em uma dança antiga de necessidade e rendição.

Para Leon, cada toque, cada beijo era uma confirmação. Aquele corpo era dele, e ele havia ansiado por ela com uma fúria que o consumia desde a última vez que ela o expulsara. O ciúme que o atingiu na balada se transformava agora em uma possessão ardente, o desejo de provar a si mesmo e a ela que ela era feita para ele.

Jéssica, por sua vez, sentia a familiaridade perturbadora do toque daquele "desconhecido". Era como se suas mãos já tivessem mapeado cada centímetro de seu corpo, e seu cheiro... um aroma que a embriagava e a fazia sentir-se em casa. A cada beijo, a cada carícia, ela se agarrava à ideia de que este era o caminho para esquecer Leo. Este homem, com sua intensidade e sua paixão, era a solução para apagar a memória do outro, mesmo que a cada instinto seu corpo gritasse o contrário, que este era o próprio Leo. Ela se entregava com uma fúria desesperada, buscando a redenção e o esquecimento nos braços dele.

O caminho para o quarto foi um borrão de corpos entrelaçados. Caíram na cama, a seda fria dos lençóis contrastando com o calor que irradiava de suas peles. Não havia tempo para meias-palavras, apenas a necessidade brutal que os impulsionava. As bocas se reencontraram, as mãos explorando com uma voracidade que denunciava a saudade e o desespero.

Leon, movido por uma mistura de ciúmes, saudade e a necessidade de reafirmar sua posse, mergulhou nela com uma intensidade que a fez ofegar. Ele a queria, a desejava com cada fibra de seu ser, e o fato de ela ter se entregado a ele novamente, mesmo sem saber quem ele era, alimentava um fogo primitivo em seu peito. Seus movimentos eram fortes, urgentes, cada investida uma promessa silenciosa de que ela não escaparia mais.

Jéssica, por sua vez, se agarrava a ele como a um bote salva-vidas. A cada arremetida, a cada beijo faminto, ela buscava apagar a imagem de Leo de sua mente. "É um novo homem", ela repetia para si mesma, em meio aos gemidos, "Eu vou esquecer." Mas a cada toque, a cada suspiro, a sensação de déjà vu se intensificava, a estranha familiaridade daquele corpo em cima do seu. Ela se entregava com uma ferocidade quase autodestrutiva, desesperada para que a paixão desse "desconhecido" a levasse para longe da sua própria mente.

A noite prometia ser longa, preenchida pelos sons e pelos suspiros de dois corpos que se conheciam intimamente, mas cujas mentes estavam em um conflito profundo, em um jogo perigoso de identidade e desejo.

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