A mansão de Caio Ventura parecia maior do que nunca.
Era engraçado — ou trágico — como o silêncio preenchia cada cômodo com mais força do que o som de vozes. Desde que Luna se foi, a casa, que ela tinha dado vida, já era novamente fria, e tornou-se uma prisão sem grades. Um castelo oco. Uma lembrança de tudo o que ele perdeu.
A escadaria central, os móveis impecáveis, os quadros modernos que nunca soube de quem eram… Nada tinha vida. Exceto as plantas que Luna cuidava antes de ir embora. Algumas ainda resistiam, como se se recusassem a morrer.
Ele parou diante da lareira apagada. Em cima da laje de mármore, repousava um bilhete — um papel dobrado com cuidado, como se ainda carregasse o calor das mãos dela.
Leu outra vez, mesmo sabendo de cor:
"Quando o amor exige sacrifício, ele revela quem somos.
Um dia, talvez, você esteja pronto para amar sem medo.
Eu espero que sim.
Mas não vou esperar por você."
A caligrafia de Luna sempre foi firme. Como ela.
Ele se sentou no braço do sofá, o co