capitulo 37

Amélia

Acordei em um quarto escuro, sentindo a cabeça latejar e o corpo pesado. A pouca luz que atravessava a janela iluminava a silhueta de Inácio. Ele estava sentado na varanda, a expressão dura, observando algo à distância.

Levantei da cama, ainda meio tonta por causa da droga que ele me deu, e comecei a procurar minhas coisas — meus sapatos, minha bolsa.

— Aonde vai? — a voz dele rompeu o silêncio. Ele não se moveu do lugar, mas eu sabia que me observava.

Ignorei sua pergunta e continuei procurando. Encontrei minha bolsa embaixo da cama e me dirigi à porta. Antes que conseguisse girar a maçaneta, a mão dele agarrou meu pulso com força.

— Eu perguntei para onde estava indo! — disse, a voz gelada.

— Embora. Não tenho nada para fazer aqui! — rebati, erguendo a cabeça. Eu não iria deixar ser intimidada.

— Para quê? Vai atrás daquele merda, de novo?! — ele disse, irritado, o aperto aumentando.

Consegui me soltar.

— Aonde vou ou deixo de ir não é da sua conta. Afinal, você mesmo disse p
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