Amélia
Sem conseguir nenhum carro de aplicativo ou um táxi, minha única opção foi recorrer a Xz. Peguei o celular e liguei para ele, que atendeu no segundo toque.
— Fala, Mel, você já está vindo para cá? — ele perguntou, a voz cheia de expectativa.
Olhei para a grande fila de pessoas à minha frente, que se espremiam para entrar na boate. A música eletrônica pulsava tão forte que eu sentia a vibração nos meus ossos.
— Não exatamente...
— Por que não? — ele perguntou, a voz confusa.
Cruzei as pernas, demorando um pouco para falar. O frio da madrugada, que antes eu não sentia, agora me incomodava.
— Bom... eu meio que vou precisar de uma carona — admiti.
Ouvi um barulho ao fundo e uma voz abafada que parecia ser a de Inácio.
— Onde você está? Eu irei te buscar! — disse Xz, a voz cheia de preocupação.
— Vou te passar o... — comecei, mas fui interrompida pela chegada inesperada do meu ex, Léo.
— Está precisando de uma carona? — ele perguntou, com um sorriso de canto e estendendo um capacet