O abraço de Dominic no jardim secreto, sob a luz prateada da lua, havia sido um bálsamo para minha alma ferida, mas também uma faísca que acendeu um fogo que eu não sabia como apagar. Seus braços fortes me apertando, o cheiro inebriante dele, o calor de seu corpo contra o meu – tudo isso me puxava com uma força que eu lutava para resistir. Ele era meu padrasto. O marido da minha mãe. E, para o meu desespero e fascínio, meu companheiro.
Os dias que se seguiram foram uma dança estranha e delicada. Dominic tomou a iniciativa de se aproximar, não de forma abrupta, mas com uma paciência que me desarmava. Ele me procurava em momentos inesperados: no salão de leitura, onde eu me escondia com meus livros; nos jardins, onde eu tentava encontrar paz; até mesmo durante minhas refeições, sentando-se à minha mesa, algo que ele raramente fazia antes.
Nossas conversas eram inicialmente sobre o reino, sobre o treinamento dos lobos, sobre a história. Ele falava com uma voz calma e profunda, e eu o ouv