ANA
Os dias que se seguiram à cerimônia do meu décimo oitavo aniversário foram uma tortura. Eu me escondia nos meus aposentos, sentindo-me como um animal encurralado. O nome "Dominic" ecoava em minha mente, e o laço de companheiros pulsava em meu peito, uma força avassaladora que eu não sabia como lidar. Ele era meu padrasto. O marido da minha mãe. E agora, ele era meu companheiro. A ideia era tão absurda, tão proibida, que me fazia sentir tonta.
Eu evitava os corredores principais, os salões onde ele poderia estar. Meu coração batia descontrolado a cada vez que eu sentia seu cheiro – o aroma poderoso e amadeirado que agora era inebriante e me puxava com uma força quase dolorosa. Meu lobo interior, que antes parecia tão forte e independente, agora uivava por ele, por sua presença, por sua proximidade. Mas minha mente, ainda em choque, recusava-se a aceitar.
Lia tentava me animar, sem entender a profundidade do meu tormento. "Ana, você tem que sair! Não pode se esconder para sempre. O