O silêncio. Um silêncio ensurdecedor preencheu o castelo após a partida de Helena. Não era o silêncio sereno das noites tranquilas, mas um vazio gélido que se instalou em cada corredor, em cada aposento, e, mais cruelmente, em meu próprio peito. Dois anos haviam se passado desde que a doença a levara, e a dor ainda era uma ferida aberta, pulsando a cada batida do meu coração. A luz que ela trouxe à minha existência secular havia se apagado, e eu me vi novamente envolto em uma escuridão que parecia ainda mais densa do que antes.Eu a segurei em meus braços até o último suspiro, sentindo o calor de seu corpo diminuir, o desespero em nosso laço. Seus olhos castanhos, antes tão vibrantes, agora opacos, cheios de lágrimas, implorando para que eu a deixasse ir. Eu queria que ela vivesse, que visse nossa ana crescer, que florescesse ao meu lado. Eu queria viver ao lado dela, minha Rainha, meu amor. Mas a escuridão a engoliu, e com ela, uma parte de mim.O castelo, antes preenchido com sua lu
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