(Ponto de vista dele — Ethan)
Quando desliguei o telefone, Aurora percebeu na hora que algo estava errado.
Ela é perceptiva demais. Sempre foi.
— Ethan… o que encontraram? — perguntou, a voz engolindo a própria ansiedade.
Respirei fundo, tentando organizar o caos na minha mente.
— Uma gravação. Antiga. Da noite do acidente.
Os olhos dela se abriram como se o chão tivesse sumido.
— Uma gravação de quê?
— Da discussão final entre seus pais e… seu tio. E alguém mais.
Aurora firmou o corpo, como se estivesse se preparando para uma queda inevitável.
— Quem?
Eu hesitei.
Não queria ser eu a dizer aquilo.
Mas ninguém mais poderia.
— Sua tia.
O silêncio foi tão brutal que doeu.
Aurora não piscou. Não respirou. Não tremeu.
Apenas… ficou imóvel. Como se o mundo estivesse desabando dentro dela.
— Minha tia estava envolvida…? — ela finalmente sussurrou.
— Sim. E do pior jeito possível.
Ela não só sabia da sabotagem… como incentivou.
A gravação mostra claramente: ela não evitou