Capítulo.37

Amélie Moreau

Um mês.

Havia se passado exatamente um mês desde o enterro de Clóvis. Um mês em que o mundo parecia girar devagar demais e, ao mesmo tempo, depressa demais.

Um mês em que vesti preto todos os dias, como se cada peça fosse uma lembrança viva — um símbolo do amor e da ausência.

Eu havia me adaptado à rotina, ou ao menos fingia bem. Corria todas as manhãs antes das aulas, estudava à tarde, encontrava Aurora no almoço e, à noite, voltava para casa. Sozinha.

Desde que ela se mudara para o alojamento da universidade, o apartamento parecia maior, frio, silencioso.

Eu compreendia — as aulas dela estavam intensas, os horários confusos. Mas era impossível não sentir o vazio.

Antes, quando morávamos juntas, tudo parecia leve. A cozinha vivia cheia de conversas, risadas, discussões sobre quem tinha queimado o macarrão. Agora, só o barulho da cafeteira me fazia companhia.

Suspirei.

Amanhecia. E, como em todos os dias desde o luto, vesti meu conjunto de corrida preto, prendi o cabelo
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