Quando Duncan empurrou a porta do quarto, foi recebido por uma onda de calor úmido e o cheiro espesso de sabão e vapor. Fechou-a devagar, como quem não queria quebrar o feitiço instalado ali dentro.
O quarto era típico, mas quase luxuoso. Cama larga de madeira escura, cortinas bem cuidadas, chão encerado. A banheira de latão fumegava num canto, e dentro dela, Melody.
Dormia.
Não exatamente. Estava reclinada, os braços fora da borda, a cabeça pendida para trás, os cabelos espalhados como fios de ouro puro, soltos sobre a superfície da água. Respirava de forma regular, mas havia algo na posição do corpo — no modo como se abandonava à exaustão — que dizia mais do que qualquer palavra. Depois de dias de marcha, ela havia finalmente desabado.
Duncan desviou o olhar. Sentiu o peso de uma intimidade que não havia sido combinada. Virou-se de costas, caminhou até a cadeira e ali permaneceu de pé, olhando para o nada, pigarreou suavemente até ouvir o leve movimento da água atrás dele.
Melody ac