Duncan saiu do Hotel Margueritte com o passo tranquilo de quem tem tempo, mas os olhos de um ex agente da lei atentos em cada sombra. O calor do meio-dia reverberava nas paredes brancas das construções, fazendo a cidade parecer embaçada. Mas ele via com clareza. Era um homem treinado para enxergar o que os outros fingem esconder.
Cruzou a rua central com naturalidade, desviando das carroças e dos gritos dos vendedores. A cidade fervilhava de uma energia abafada, como um animal preso em jaula. As pessoas falavam alto demais, como se gritassem para cobrir os silêncios desconfortáveis que se acumulavam nas esquinas. Havia cheiro de suor, poeira e carne seca pendurada nos ganchos das tabernas.
Parou sob a lona de uma barraca de frutas, fingindo examinar um cacho de bananas quase maduras. Seus olhos, no entanto, estavam voltados para a estação de trem.
Ali, dois homens.
O primeiro, encostado num pilar, com o chapéu enterrado até as sobrancelhas, parecia relaxado, mas nãp estava... o pescoç