Em uma sociedade onde as mulheres devem ser belas, recatadas e obedientes, Genevieve rompe todas as expectativas. Filha única de um biólogo renomado, ela foi criada em meio a livros, descobertas científicas e debates intelectuais, o que a torna uma presença intrigante e, para muitos, inadequada para a temporada de bailes e casamentos. Inteligente e destemida, ela recusa a ideia de submeter-se às regras de um matrimônio sem sentido. Mas, após um encontro escandaloso, seu destino é drasticamente alterado. Edward, o duque de Somerset, é o libertino mais comentado de Londres, conhecido por sua aversão ao casamento e sua habilidade em manipular o círculo social em que vive. Com um passado que ele mantém escondido sob uma fachada de charme e insensibilidade, Edward vive sua vida sem amarras, até ser arrastado por uma força que nunca esperou: a astuta e incontrolável Genevieve. Após um incidente público que compromete ambos, eles são obrigados a se casar.
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A luz do sol filtrava-se pelas cortinas do salão de estar, lançando um brilho suave nas paredes ornamentadas. Sentada em uma das poltronas de veludo, eu tentava não parecer entediada enquanto Lady Ambrose descrevia, com uma exasperante riqueza de detalhes, o baile da noite anterior. — E então, quando o Lorde Pembroke se inclinou para beijar a mão da Lady Clarisse, imaginem só! Ele tropeçou! — Ela riu, segurando um leque bordado com uma cena pastoral. — Foi um espetáculo! Eu sorri de maneira educada, embora internamente desejasse estar em qualquer outro lugar. Talvez dissecando um espécime raro no laboratório do meu pai ou mesmo andando pelo campo com minha luneta, estudando as aves. — Lady Genevieve, você foi ao baile? — perguntou Lady Harriet, inclinando-se para frente com curiosidade. — Infelizmente, não pude comparecer. Estava... ocupada. — Fiz uma pausa, esperando que nenhuma delas perguntasse em que exatamente. — Ah, ocupada. Imagino que seja algum projeto intelectual — murmurou Harriet com um sorriso enviesado. — Sabe, meu irmão acredita que as mulheres que leem demais tornam-se... menos atraentes. — É mesmo? — inclinei-me levemente, meu tom repleto de doçura falsa. — Bem, eu imagino que ele esteja errado. Afinal, eu nunca li tanto em toda minha vida, e aqui estou, tão formidável quanto sempre. O silêncio desconfortável que se seguiu foi quebrado pelo tilintar de uma bandeja de chá sendo servida. Minha mãe, Lady Ashford, olhou para mim de soslaio, sua expressão uma mistura de reprovação e cansaço. Ela sabia que eu nunca me encaixaria na moldura de perfeição que a sociedade esperava, mas isso não a impedia de tentar. — Genevieve, querida, talvez você devesse visitar Lady Carrington esta semana. Ela mencionou que há um jovem muito promissor em sua casa. — Promissor em quê? — perguntei com um arquear de sobrancelha. — Agricultura? Matemática? Biologia? — Promissor em... casar. — Ah, sim, claro. Minha especialidade. — Revirei os olhos e virei minha atenção para o chá, escondendo um sorriso enquanto minha mãe suspirava. A verdade era que eu não tinha o menor interesse em um casamento arranjado. O que eu poderia fazer como esposa de um lorde qualquer, além de servir como ornamento em festas e jantares? A liberdade que meu pai me concedera durante minha criação — talvez por falta de uma figura masculina para ser seu herdeiro — era algo que eu jamais abriria mão. Ainda assim, a insistência da sociedade em moldar-me a um ideal inatingível era incansável. E naquela tarde, minha paciência seria posta à prova. Poucas horas depois, minha mãe decretou que iríamos ao mercado. Não a parte interessante, onde os naturalistas vendiam espécimes raros, mas o mercado "adequado", onde senhoras de boa reputação compravam tecidos finos e chapéus adornados. — Genevieve, por favor, tente comportar-se desta vez — murmurou ela enquanto entrávamos em uma loja. — Sempre me comporto, mãe. Apenas de maneira criativa. Ela suspirou, mas não insistiu. Eu sabia que minha presença ali era sua tentativa desesperada de me apresentar ao que ela considerava as "pessoas certas". Porém, ao invés disso, encontrei algo muito mais interessante. Enquanto minha mãe discutia sobre rendas francesas, vi um homem do lado de fora da loja, próximo à praça central. Ele não parecia pertencer àquele ambiente. Alto, com cabelos escuros cuidadosamente penteados e um sorriso que parecia mais calculado do que genuíno, ele conversava com um grupo de homens, gesticulando de forma exagerada. Algo nele me chamou a atenção. — Quem é aquele? — perguntei à vendedora, apontando discretamente. — Oh, aquele é o duque de Somerset, Lady Genevieve. Lord Edward Blackwell. O nome trouxe uma onda de murmúrios entre as mulheres ao meu redor. Um duque. Libertino, se os rumores fossem verdadeiros. — Dizem que ele nunca será domado — sussurrou uma das jovens. — Um verdadeiro homem de escândalos. Aquilo despertou minha curiosidade. Não porque eu estivesse interessada em sua reputação ou no homem em si, mas porque queria entender o fascínio que ele exercia. Saí da loja antes que minha mãe notasse, aproximando-me da praça. Não era todo dia que se via um "escândalo ambulante". — Se você acha que um sorriso pode conquistar qualquer pessoa, está redondamente enganado. As palavras saíram antes que eu pudesse detê-las. Ele se virou, claramente surpreso. Por um breve momento, os olhos dele, de um azul intenso, encontraram os meus. — Perdão? — perguntou ele, arqueando uma sobrancelha. — Seu sorriso — apontei, cruzando os braços. — Parece uma ferramenta que você utiliza para manipular as pessoas. — E por que isso a incomoda, minha senhora? — perguntou ele, um brilho de diversão nos olhos. — Não incomoda. Apenas observo. Ele sorriu novamente, mais largo desta vez. — Então, minha presença é tão notável que você se sente obrigada a me observar? — Não exatamente. Apenas gosto de estudar comportamentos... intrigantes. — Ah, uma estudiosa? — Ele deu um passo à frente, examinando-me como se eu fosse uma peça de arte em um museu. — Que curioso. Não costuma-se ver jovens damas fazendo observações tão... ousadas. — Talvez porque os cavalheiros não costumam merecê-las. A risada dele foi inesperada, ecoando pela praça. — Você é uma verdadeira peça rara, senhorita. Posso saber seu nome? — Apenas se o senhor me der uma razão para fornecê-lo. — E o que seria uma razão convincente? — Algo que prove que o senhor é mais do que uma fachada. Houve uma pausa, e então ele inclinou a cabeça, o sorriso diminuindo. — Talvez, senhorita, você esteja buscando algo que eu já não tenha mais. Eu não sabia o que responder. Pela primeira vez, ele parecia menos cínico, quase... vulnerável. Mas o momento foi interrompido pela voz estridente de minha mãe. — Genevieve! Afastei-me, mas não sem antes dar uma última olhada em Lord Blackwell. Ele me observava com uma expressão indecifrável. E foi assim que tudo começou.Aiden Meus olhos brilham de excitação com a perspectiva de continuar nossa fantasia, e eu aceno ansiosamente.— Ah, Jasmine, minha amada esposa, eu ficaria encantado em embarcar em outra escapada com você. Nossa suíte de lua de mel nesta propriedade rural isolada é o cenário perfeito para reivindicar sua virgindade. Eu a ajudo a remover suas roupas restantes, revelando seu corpo nu banhado pelo brilho suave da luz de velas. Meu olhar vagueia apreciativamente sobre suas curvas, bebendo a visão de sua beleza intocada.— Você é absolutamente deslumbrante, minha querida. Mal posso esperar para fazer você ser minha completamente.Ajoelhando-me diante dela, abro suas coxas, expondo suas pétalas brilhantes ao meu olhar faminto.— Primeiro, no entanto, devo prepará-la adequadamente. Deite-se e relaxe, meu amor. Isso pode doer um pouco, mas prometo que valerá a pena no final.Com uma reverência profunda, quase reverente, honro sua submissão, meu coração se enche de adoração por esta criatur
Aiden AshfordA aurora despontava lentamente, tingindo o céu com matizes suaves de rosa e dourado, quando acordei naquela manhã. Eu me encontrava em meio a um turbilhão de sentimentos – ansiedade, esperança e uma determinação férrea. Hoje era o dia em que Jasmine e eu iríamos selar nossa união, um dia que, para muitos, poderia ser apenas mais um ritual da alta sociedade, mas para mim representava a libertação de anos de jogos e convenções impostas.Enquanto o sol começava a despontar, ouvi o murmúrio das vozes dos criados já despertos, preparando a mansão para o grande evento. Eu subi as escadas devagar, cada degrau acompanhado de um pensamento: "Hoje, não seremos mais prisioneiros das expectativas." No espelho do meu quarto, vi um homem que carregava as marcas de inúmeros desafios – um homem que sempre brincara com as convenções, mas que, hoje, estava disposto a arriscar tudo pelo amor que havia descoberto.Os preparativos eram intensos. Na sala de vestir, Jasmine estava radiante, me
Aiden AshfordA madrugada ainda estava fresca quando, após a nossa fuga desesperada, Jasmine e eu nos refugiamos em uma pequena cabana isolada nos limites da propriedade Montgomery. A adrenalina dos últimos minutos ainda pulsava em nossas veias, mas a calma aparente do lugar oferecia um breve alívio. Estávamos juntos, livres – pelo menos por agora. Contudo, o alívio logo se dissipou com o som de cascos e vozes que se aproximavam pelos caminhos de pedra.Não demorou para que percebêssemos que a família de Jasmine havia descoberto nossa fuga. Eu sabia que os Montgomery não aceitariam tão facilmente que sua filha escapasse de um casamento arranjado, e que logo uma tropa de criados e parentes se reuniria para trazê-la de volta. E, pior ainda, ouvi rumores de que Oliver Blackwood, irmão de Jasmine e meu melhor amigo desde a infância, estava entre os que viriam.Lembro-me de ter sentido um aperto no peito ao ver, ao longe, a silhueta de cavalos e carruagens se aproximando. A tensão aumentav
Aiden AshfordNunca pensei que chegaria o dia em que teria que agir de forma tão desesperada – ou talvez determinada – para salvar Jasmine. Durante meses, vi a jovem lutar contra as amarras de uma vida que não escolheu; lutei contra a imposição de um casamento arranjado, contra as pressões de sua família e os rumores que teimavam em destruir sua liberdade. E agora, enquanto a cerimônia de adiantamento de seu casamento se aproximava, eu sabia que o tempo estava acabando.A manhã daquele dia amanheceu cinzenta e fria, refletindo o humor pesado que pairava sobre a propriedade Montgomery. Desde cedo, soube que algo estava errado – havia uma agitação incomum nos corredores, sussurros discretos entre as criadas e um ar de urgência que não se podia ignorar. Minha mente fervilhava de pensamentos e planos, mas nada se comparava à angústia que sentia por Jasmine.Cheguei à propriedade dos Montgomery sob o pretexto de tratar de assuntos de negócios, mas a verdadeira razão por trás de minha visit
Meus pés mal tocavam o chão enquanto Aiden me puxava pela mão, conduzindo-me pelos caminhos de pedras do jardim. O perfume das rosas misturava-se ao cheiro de terra úmida, e o vento frio da noite soprava contra minha pele exposta, trazendo-me uma estranha sensação de liberdade e medo ao mesmo tempo.Não olhei para trás. Não queria saber se alguém nos seguia, se alguém tinha notado nossa fuga.A única coisa que importava agora era o calor da mão de Aiden na minha, quente e firme, guiando-me através da escuridão.Os ramos das árvores criavam sombras distorcidas sob o luar, e cada passo que dávamos para longe do salão de baile parecia nos afastar da realidade. Lá dentro, havia regras, deveres e olhares atentos. Aqui, éramos apenas nós dois, cercados pela noite.Quando finalmente paramos, estávamos em um pequeno pavilhão de pedra, coberto por trepadeiras floridas. A única luz vinha da lua, que derramava um brilho prateado sobre tudo.Soltei um suspiro entrecortado.— Nós realmente fugimos
JasmineMeu coração batia tão forte que eu podia senti-lo ecoar em meus ouvidos. Cada passo de nossa dança era como um duelo silencioso, um embate onde nenhum de nós queria ceder. Aiden me guiava com uma precisão impecável, e eu odiava o quanto meu corpo parecia se moldar perfeitamente ao dele.— Você está jogando um jogo perigoso, Aiden — murmurei entre um giro e outro.Ele sorriu, aquele sorriso torto que fazia meu estômago revirar.— Eu sempre jogo para ganhar.— E se eu não quiser jogar?— Jasmine — sua voz era baixa, carregada de algo que eu não queria nomear. — Você já está jogando.Meus lábios se entreabriram para protestar, mas antes que qualquer palavra saísse, senti algo. O olhar afiado de Devonshire nos perfurava do outro lado do salão. Ele não estava sozinho. Algumas damas já cochichavam, abanando-se como se tivessem testemunhado um escândalo em primeira mão.Eu estava dançando perto demais.Aiden segurava minha cintura como se não houvesse amanhã.Eu precisava sair dali.
Último capítulo