Dias depois...
Os dias se arrastavam, lentos e torturantes, como se o universo inteiro estivesse me provocando. Eu sentia ele.
Sentia a presença dele em cada sombra, em cada olhar atravessado pelas vielas.
Lucas. Playboy.
Ele estava lá, me rondando como um predador paciente, esperando o momento certo de atacar.
E por mais que eu tentasse fugir dessa ideia, algo dentro de mim queria ser devorada.
Tentei me ocupar.
Lavava a casa. Cozinhava com minha tia. Fingíamos uma normalidade que não existia mais.
Porque dentro de mim, um nó apertava o estômago.
A lembrança dele me olhando como se eu já fosse propriedade dele me corroía dia e noite.
Era um jogo sujo de poder, e eu estava perdendo sem nem ter começado a jogar.
Naquela manhã, enquanto mexíamos o café na cozinha apertada, senti o olhar da minha tia pesando em cima de mim.
Ela sabia.
As mulheres daqui sempre sabem quando a presa já está marcada.
— Isabela, você está diferente. — A voz dela cortou o ar abafado da cozinha. — O que e