O som dos tiros ainda ecoava, mas para mim era como se o mundo inteiro tivesse silenciado. Só existia ele: Lucas. Meu inferno pessoal.
Me aproximei da porta do restaurante, sentindo o coração martelar nas costelas. A fumaça densa sujava o ar, as luzes das viaturas piscavam como um aviso: não se aproxime.
Mas eu não era tão esperta assim.
O vi atravessar a rua, o corpo oscilando, a camisa rasgada e manchada de sangue. Sangue dele.
O Playboy de quem todos tinham medo agora parecia um animal ferido, pronto para atacar quem se atrevesse a chegar perto. Mas os olhos... aqueles olhos continuavam os mesmos. Selvagens. Obsessivos. Com sede de mim.
O peito dele subia e descia com dificuldade. A mão pressionava o ombro ensanguentado, mas era como se a dor só alimentasse ainda mais o instinto predador dentro dele.
E então, ele me viu.
O olhar dele cravou no meu, e foi como ser despida no meio da rua. Não havia espaço para fuga. Não havia mais eu. Só o que ele quisesse fazer comigo.
Ele cami