Ele me manteve prensada contra a parede como se eu fosse dele, e talvez, naquela hora, eu fosse mesmo.
— Tá com medo de mim, princesa? — a voz dele soava debochada, mas tinha algo mais ali. Um desejo bruto, pulsante.
Tentei virar o rosto, negar, afastá-lo de mim. Mas a mão dele agarrou meu queixo com força, obrigando-me a encará-lo. Os olhos de Lucas queimavam. Fome pura. Obsessão crua.
— Para... — minha voz saiu num sussurro patético, sem nenhuma força de verdade.
Ele riu, o rosto tão perto que o calor da sua pele parecia lamber a minha.
— Você já sabe como isso termina. — murmurou, os lábios roçando os meus com crueldade. — A gente pode perder tempo... ou cê pode parar de fingir.
Eu queria odiá-lo.
Queria cuspir na cara dele, gritar, bater.
Mas meu corpo?
Meu corpo já tinha se rendido antes da minha cabeça.
Lucas viu. Sentiu.
E então, sem dar aviso, ele me beijou.
Não foi beijo de conto de fadas.
Foi brutal. Selvagem. Uma invasão sem permissão, uma tomada de território.
A