O sol estava forte demais para ser outono, e mesmo assim a praça estava cheia. Criança correndo, gente jogando dominó no canto, o barulho de música vindo da lanchonete do Seu Juca. Eu estava com Gabriela e Eric, sentada num dos bancos com sombra, Pedro no carrinho ao meu lado, dormindo depois de mamar. A gente tomava açaí, e como sempre, fofocava.
— Você viu a Juliana? — Gabriela falou, o rosto sério. — Tá toda quebrada, Isa. O olho roxo, a boca cortada… dizem que Nego Rato bateu nela na frente dos filhos.
Arqueei as sobrancelhas, revoltada.
— Eu não consigo aceitar esse tipo de coisa. Nunca. Eu fico mal só de imaginar os meninos vendo isso.
— Playboy foi lá dar uma ideia. — Eric completou, enfiando a colher no pote. — Mas você sabe como é, né… entre eles, é só “vai esfriar a cabeça”.
Suspirei. Eu sabia. Playboy era explosivo. Gritava, batia na parede, me deixava em silêncio com um olhar. Mas ele nunca tinha encostado em mim de verdade. E se encostasse… eu não sei. Acho que não c