Eu estava nervosa. O tipo de nervosismo que fazia meu estômago revirar, como se eu estivesse prestes a cometer um erro irreversível. As horas se arrastavam até o momento da visita. Era sempre assim desde que Playboy foi preso. Cada passo em direção ao presídio era uma mistura de dor, saudade e culpa. Mas hoje... hoje tinha algo mais. Um aperto no peito que não soltava.
Quando entrei no pátio e vi ele ali, sentado, as mãos cruzadas, os olhos cravados em mim, meu corpo inteiro reagiu. Playboy me encarava com a mesma intensidade de sempre, mas hoje havia um fogo mais escuro ali. Um olhar possessivo, carregado, como se estivesse me despindo mesmo à distância.
Sentei ao lado dele, tentando disfarçar o nervosismo, mas ele não disse nada de imediato. Apenas me observou. Eu sabia que ele estava me lendo. Sabia que ele sentia qualquer mudança. E eu tinha mudado. Estava cansada, sensível, e... confusa. Rafael ainda martelava na minha cabeça.
— Como você está? — murmurei, tentando soar leve.