Minha barriga já não me pertencia. Cada chute, cada movimento do bebê me lembrava que a vida seguia, mesmo quando meu mundo parecia congelado. Estava completando seis meses de gravidez, e o peso que eu carregava ia além do físico. Era o vazio da ausência dele. Playboy.
O pai do meu filho. Preso. Longe. Fora de alcance.
Hoje era o chá de bebê. Uma comemoração que deveria ser doce, leve, feliz. Mas tudo parecia uma encenação cruel. Gabriela e Eric estavam radiantes, e eu... eu só tentava não desmoronar.
As mesas estavam decoradas com perfeição, flores brancas, tons suaves de azul, balões flutuando como se tudo fosse um sonho bonito. Mas, para mim, era só silêncio. Um cenário bonito demais para tanta dor.
— Você precisa aproveitar esse momento, Isa. — Gabriela disse, sentando ao meu lado. O sorriso dela era tão sincero que doía. — Pelo menos hoje, tenta ser feliz. Vai ficar tudo bem.
Ela não sabia. Ninguém sabia. Ninguém sentia como era dormir agarrada a uma camisa dele, sonhar com