Consegui arrumar um celular escondido no presídio. Um aparelho pequeno, velho, mas que funcionava. E isso bastava. Eu sabia o risco, sabia que se alguém pegasse, eu estava fodido. Mas que se foda. Eu precisava falar com alguém, precisava saber o que estava acontecendo com a Isabela. Ela não aparecia fazia dias. E isso estava me corroendo vivo por dentro.
Liguei pro Nego Rato. O único filho da puta lá fora em quem eu ainda podia confiar. A ligação caiu duas vezes antes de completar, e quando atendeu, a voz dele veio abafada, mas nítida o suficiente para me deixar ainda mais inquieto.
— Finalmente atendeu, porra!
— E aí, Playboy, firmeza?
Firmeza, caralho nenhum.
— Fala, Nego. — Minha voz já veio seca, nervosa. — Cadê a Isabela? Ela não apareceu aqui. Que porra tá acontecendo?
Silêncio.
Foi só uns segundos, mas eu senti como se fosse uma eternidade. O tipo de silêncio que antecede bomba. E eu já sabia que vinha merda.
— Mano… a parada é pesada. — Ele suspirou. — A mãe da tua min