A noite estava quente. A quebrada fervia, e o baile funk parecia um vulcão prestes a explodir. Eu cheguei com meus parceiros, rindo, bebida na mão, tentando esquecer o peso que vinha me acompanhando nos últimos dias. Mas eu não conseguia desligar. Algo dentro de mim não me deixava em paz.
Isabela.
Eu tinha deixado ela em casa, puta da vida, me cobrando, me enchendo, querendo saber onde eu ia, com quem, por quê. Sempre a mesma ladainha. E por mais que eu tivesse virado as costas e batido a porta, eu sabia, ela não era do tipo que aceitava ser deixada para trás. Ainda mais daquele jeito. Ainda mais por mim.
A música batia forte, o grave no peito, os corpos suados se esfregando na pista. Era o caos que eu precisava. Mas a cada gole, a cada riso forçado, a imagem dela tomava conta da minha mente. E foi aí que eu vi.
Ela.
No meio da pista. Dançando. Linda. Provocante. O olhar dela me atingiu como uma porrada seca no peito. Um short colado que deixava pouca coisa para a imaginação, um