117. SÓ UM GOSTINHO… 
RAVEN
E ela escolheu, como era de se esperar, como a covarde que sempre foi.
Começou a correr por toda a borda da arena na forma humana, com a cabeça baixa, a roupa cheia de poeira, as palmas das mãos em carne viva, e as lágrimas e o catarro escorrendo por aquele rosto irreconhecível.
— Late pra todo mundo, queremos ouvir o quanto você é uma cadela venenosa! — gritei, aproveitando meu momento, parada no centro da imensa arena.
Parecia uma mulher cruel?
Sim, eu estava sendo. Mas se tem algo que aprendi nesse tempo foi a pagar gentileza com gentileza e humilhação com humilhação.
Essa infeliz não ia aguentar nem mais um golpe, e era mais conveniente pra ela desmaiar logo e se livrar do meu castigo.
Essa vergonha ia marcá-la pra sempre, assim como aquele Alfa desgraçado me marcou por culpa dela.
— Toma um ossinho! — gritavam das arquibancadas, jogando coisas nela.
— Au au, mais alto, cadela! A gente não tá ouvindo!
— E o Alfa dela, por que não veio defendê-la?
— Acho que vi ele indo embor